Março Lilás: 10 mitos e verdades sobre câncer do colo do útero

O mês de março é lembrado com a cor lilás para conscientizar sobre o câncer do colo do útero. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que durante o triênio 2020/2022 hajam, por ano, 16.590 casos desse tipo de câncer no Brasil.

A Dra. Larissa Gomes, oncologista da Oncoclínicas São Paulo informa que as lesões pré-maliginas podem ser diagnosticadas precocemente, evitando o aumento dos casos. “O câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer que mais afeta as mulheres no Brasil, em algumas regiões chega a ser o segundo. O exame Papanicolau, por exemplo, é uma maneira de identificar as lesões pré-malignas antecipadamente. O diagnóstico precoce é fundamental para que possamos agir o mais rápido possível para evitar o diagnóstico em estágios mais avançados.”, comenta.

A vacinação de meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 a 14 anos contra o HPV, doença que ocorre em quase 99% dos casos por causa do Papilomavírus Humano, pode ser uma solução para a prevenção do câncer, porém, a doutora explica que ainda existe muita desinformação a respeito do problema, que pode influenciar negativamente no diagnóstico prévio.

Por esse motivo, a doutora lista os principais mitos e verdades sobre o tema:

Qualquer mulher ativa sexualmente pode ter HPV

Verdade. Mulheres que mantém relações sexuais podem ser expostas ao vírus. Apesar do HPV ser um vírus autolimitado (a infecção é resolvida até os 30 anos), é estimado que 8 em cada 10 mulheres tenham contato com o vírus ao menos uma vez em sua vida, com a grande maioria conseguindo combater a infecção sem desenvolver uma doença ou lesão graças à imunidade.

O câncer do colo do útero não é prevenível

Mito. o cancer pode ser prevenido através do rastreamento e diagnóstico precoce com a ida ao ginecologista e realizando exames e ainda através da vacina contra o papilomavírus humano – HPV, protegendo contra os seus subtipos de alto risco (16 e 18).

Toda mulher com HPV terá câncer do colo do útero

Mito. O HPV promove uma infecção autolimitada, então menos de 10% das mulheres irão desenvolver o câncer no colo do útero. Todavia, a reprodução do vírus é facilitada em pessoas com a imunidade ilimitada, por exemplo quem é portadora de HIV, transplantadas ou sob tratamento que afetam a sua defesa.

O Papanicolau é uma maneira de identificar o câncer do colo do útero

Verdade. O exame é realizado entre os 25 e 64 anos de idade (anualmente) e depois a cada três anos. Essa é uma forma de identificar lesões pré-malignas ou de realizar um diagnóstico precoce. Importante: a rotina ginecológica deve ser realizada menos após a vacina.

Os sinais da doença podem demorar para aparecer

Verdade. O câncer do colo do útero é assintomático na maioria dos casos, porém é possível notar dor na relação sexual ou sangramento ou, ainda, secreção vaginal com odor, quantidade ou aspecto diferente do usual. Quando a doença está avançada, a paciente pode apresentar dores mais intensas em região pélvica, alterações urinárias ou intestinais, perda de peso não justificada ou dores nas pernas e costas, ou cansaço extremo relacionado a perda sanguínea (anemia).

Usar preservativos impede a transmissão do HPV

Mito. “O vírus pode ser transmitido através de outras regiões da genitália, uma vez que também estão expostas durante a relação sexual. É estimado que a camisinha consiga proteger em até 70% o contágio do HPV. Além disso, vale ressaltar que o uso de preservativos pode evitar outras doenças sexualmente transmissíveis, por isso seu uso é fundamental. Vale frisar que a vacinação contra o HPV é capaz de proteger contra lesões pré malignas e neoplasias de colo uterino, vulva, vagina, ânus e cabeça e pescoço” diz a doutora.

Mulheres jovens não precisam se preocupar com o câncer do colo do útero

Mito. “Apesar da maioria dos casos ocorrer após os 40 anos, é importante ressaltar que ele pode acontecer em qualquer idade e por este motivo, é recomendado que se faça o exame do Papanicolau a partir dos 25 anos ou quando a mulher começa a ter relações sexuais. Devido a falta de aderência a vacinação e aos exames ginecológicos de rotina vemos um aumento dos casos em paciente jovens, o que mais uma vez nos mostra que a prevenção é fundamental desde cedo”.

Sangramento durante a menopausa pode ser um sintoma de câncer do colo do útero

Verdade. O sangramento precisa ser avaliado por um especialista, pois pode haver outra causas relacionadas, mas o câncer de colo de útero pode ser uma delas.

Quem toma a vacina contra HPV não precisa usar camisinha

Mito. O vírus possui mais de 150 subtipos do vírus e a camisinha não protege de todos eles, mas previne contra os tipos 16 e 18, responsáveis por mais de 70% dos casos de câncer do colo do útero. “É fundamental utilizar preservativos para evitar não só o HPV, mas também outras doenças sexualmente transmissíveis, além da realização periódica de exames preventivos”, diz a oncologista.

Menos de 10% das mulheres infectadas pelo HPV podem desenvolver câncer do colo do útero

Verdade. “Apesar do HPV nem sempre evoluir para o câncer do colo do útero, é fundamental marcar consultas periodicamente com o ginecologista para acompanhamento. Por isso, é importante ter atenção e cautela”, finaliza.

Fonte: Metro World
https://www.metroworldnews.com.br/estilo-vida/2022/03/12/marco-lilas-10-mitos-e-verdades-sobre-cancer-do-colo-do-utero/câncer

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