O que acontece agora que Brasil tem 1º caso confirmado de coronavírus

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (26/02) ter confirmado o primeiro caso do novo coronavírus no Brasil.

Dois exames atestaram que um empresário de 61 anos que vive em São Paulo foi infectado após viajar sozinho à Itália. Ele retornou na sexta-feira e apresentou sintomas, como febre, tosse, dor de garganta e coriza, dois dias depois.

Na segunda-feira, procurou atendimento médico no Hospital Albert Einstein, onde foi feito o primeiro exame. Depois, uma amostra foi enviada ao Instituto Adolfo Lutz, que fez contraprova e confirmou a presença do vírus.

O empresário está bem, segundo o ministério, e permanecerá isolado em sua casa até o desaparecimento dos sintomas. Sua mulher também será monitorada por mais duas semanas após cessarem os sinais da doença em seu marido.

De acordo com o governo, o protocolo internacional recomenda que ele seja mantido em sua residência, porque não se encontra em estado grave. No hospital, haveria o risco de ele transmitir o vírus para outros pacientes mais debilitados.

Também estão sendo monitorados cerca de 30 parentes que estiveram em sua casa em uma reunião de família no domingo. O ministério ainda está entrando em contato com passageiros que viajaram perto do paciente no avião que o trouxe da Itália.

“Agora, com o primeiro caso confirmado no Brasil, vamos ver como o vírus vai se comportar em um país tropical em pleno verão”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

“É um vírus novo, que pode ou não manter o mesmo padrão de comportamento de transmissão que tem no hemisfério norte, com o frio.”

Medidas para evitar que o vírus se espalhe

O Brasil já se encontrava desde o dia 4 de fevereiro no terceiro e mais elevado nível de alerta do sistema de vigilância epidemiológica, após o Ministério da Saúde decretar uma situação de emergência de saúde pública de importância nacional.

Anteriormente, o governo havia informado que essa etapa só seria alcançada quando houvesse um caso confirmado no país, mas Mandetta decidiu antecipá-la para ser capaz de fazer contratações emergenciais para preparar o país para receber os brasileiros que foram trazidos da China e mantidos em quarentena em uma base militar em Anápolis, em Goiás.

A decisão foi tomada após a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar uma situação de emergência em âmbito global, ao manifestar preocupação com casos de transmissão fora da China e o impacto do coronavírus sobre os sistemas de saúde de países mais pobres.

Agora, com a confirmação do primeiro caso, serão ampliadas as ações da vigilância epidemiológica e os preparativos para atendimentos de possíveis pacientes na cidade de São Paulo, além de serem tomadas medidas de contenção para evitar que o vírus se espalhe em território nacional.

Além do Brasil, outros países, como Grécia, Algéria, Áustria, Croácia, Espanha e Suíça notificaram recentemente seus primeiros casos do novo coronavírus em pessoas que viajaram para a Itália.

No Brasil, além do primeiro caso confirmado, há 20 casos suspeitos sendo monitorados, em sete Estados — São Paulo (11), Santa Catarina (2), Rio de Janeiro (2), Minas Gerais (2), Espírito Santo (1), Paraíba (1) e Pernambuco (1). Outros 59 foram descartados.

O novo coronavírus já provocou 2,7 mil mortes — 2.666 na China. Isso aponta que o vírus tem uma taxa de letalidade no mundo de 3,4%. Mas este índice chega a 8% entre pacientes com 70 e 79 anos e a 15% entre aqueles com mais de 80 anos.

“Esta é uma síndrome gripal que se comporta de maneira mais agressiva nos pacientes de mais idade. Mas temos observado um número expressivo de pessoas se recuperando da doença”, disse Mandetta.

Segundo dados da OMS, o período de incubação do vírus, ou seja, o tempo entre a infecção e o surgimento dos primeiros sintomas, é de até 14 dias, mas a média apontada até agora é de 5 dias.

CONFIRA AQUI MEDIDAS PARA PREVENIR O VÍRUS: http://bit.ly/2TmbIqv

Fonte: BBC Brasil

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