Estimulação medular pode ser melhor que tratamento clínico para dor intratável na coluna e nos membros

Para os pacientes com dor intratável na coluna e nos membros, a estimulação medular, particularmente com as tecnologias mais recentes, foi associada ao maior alívio da dor do que o tratamento clínico, revela uma revisão sistemática com metanálise.

“O tratamento conservador, como o uso de analgésicos, muitas vezes não traz alívio da dor e/ou melhora funcional suficientes”, disse à Reuters Health, por e-mail o Dr. Tim Lamer, médico da Mayo Clinic, em Rochester, Minnesota.

“Nós limitamos nossa análise final apenas aos ensaios clínicos randomizados controlados, e nosso estudo demonstrou que a estimulação medular foi mais eficaz do que o tratamento clínico na redução da dor dos pacientes com dor intratável na coluna de várias etiologias diferentes.”

“Estes resultados vão ao encontro da minha experiência clínica”, acrescentou Dr. Tim. “Em meus 30 anos tratando pacientes com doenças crônicas dolorosas, apenas cerca de 50% dos pacientes respondem adequadamente ao tratamento clínico.”

O Dr. Tim e colaboradores revisaram a literatura de 1995 até 2017 para sintetizar as evidências sobre a estimulação medular comparada ao tratamento clínico e a repercussão das novas tecnologias na estimulação medular e na redução da dor.

Como publicado on-line em 03 de julho no periódico Mayo Clinic Proceedings, foram avaliados 12 ensaios clínicos com 980 pacientes. Em comparação com o tratamento clínico, a estimulação medular aumentou significativamente a probabilidade de redução da dor em 50% ou mais em três ensaios clínicos (razão de chances ou odds ratio, OR, = 13,01) e diminuiu significativamente a dor de acordo com a pontuação da escala visual analógica em três ensaios clínicos (diferença da média ponderada = 1,43 pontos da escala).

Além disso, novas tecnologias, como a estimulação medular de alta frequência com 10 quilo-hertz, estimulação tônica intermitente (burst) e estimulação do gânglio da raiz dorsal, foram associadas a maior chance de alívio da dor em comparação com a estimulação medular (OR = 2,07).

“O principal obstáculo é a falta conhecimento do médico e do paciente desse tratamento e de sua eficácia”, disse Dr. Tim. “Assim, muitos pacientes que poderiam se beneficiar com este tratamento não são encaminhados para um especialista em dor.”

Além disso, observou Dr. Tim, enquanto estudos têm mostrado que a estimulação medular é economicamente vantajosa em comparação com o tratamento clínico, “muitos responsáveis pelos pagamentos impõem importantes limitações e restrições referentes ao seu reembolso, de tal forma que muitos pacientes que poderiam se beneficiar não conseguem acesso ao tratamento”.

A Dra. Jenna Walters, médica e Associate Chronic Pain Fellowship Director noVanderbilt University Medical Center, em Nashville, Tennessee, comentou por e-mail, que “as conclusões deste estudo são absolutamente coerentes com a minha experiência clínica”.

“Com a escolha adequada dos pacientes, tenho constatado alívio de maior intensidade e melhor qualidade da dor com as novas opções de programação do estimulador”, disse a médica à Reuters Health.

Fonte: Reuters (New York) – julho 2019

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *