Tratamento em fase de ensaios consegue diminuir e, em alguns casos, eliminar tumores de cabeça e pescoço

O novo tratamento baseia-se num coquetel de medicamentos de imunoterapia – o nivolumabe e o ipilimumabe – que aproveita o sistema imunológico dos próprios doentes para destruir as células cancerosas e mostrou, até agora, resultados positivos.

É uma nova esperança para os doentes com câncer de cabeça ou pescoço: um novo tratamento desenvolvido por investigadores do Instituto de Pesquisa do Câncer de Londres e do Royal Marsden NHS Foundation Trust pode reduzir e até eliminar estes tumores e reverter o destino de alguns doentes terminais.

O tratamento, explicam os pesquisadores, baseia-se num coquetel de medicamentos de imunoterapia – o nivolumabe e o ipilimumabe – que aproveita o sistema imunológico dos próprios doentes para destruir as células cancerosas e mostrou, até agora, resultados positivos, com alguns casos de câncer que desapareceram por completo, revelam os investigadores.

Este ensaio clínico de fase III, financiado pela farmacêutica Bristol Myers Squibb, envolveu cerca de mil doentes terminais com estes dois tipos de câncer e, embora os resultados ainda sejam muito precoces, os investigadores acreditam que são “clinicamente significativos”, uma vez que há registo de doentes que sobreviveram mais meses ou anos do que a expectativa.

De acordo com os investigadores, os doentes viveram em média três meses a mais relativamente aos que realizaram quimioterapia, sendo que o a utilização deste coquetel foi particularmente bem sucedida num grupo de doentes cujos tumores tinham altos níveis de um marcador imunológico chamado PD-L1. Os pesquisadores referem, contudo, que “é necessário fazer um acompanhamento mais longo” com o objetivo de se tentar perceber se é possível demonstrar “um benefício de sobrevida em todos os doentes do estudo.”

Ao The Guardian, um dos doentes que participou na investigação, Barry Ambrose, conta que em 2017 foi diagnosticado com câncer da garganta, que já tinha metastizado para os pulmões. Os cuidados paliativos seriam a sua única opção, mas cerca de oito semanas depois de se ter tornado voluntário para o estudo, denominado CheckMate 651, recebeu uma chamada com a notícia de que o tumor na garganta tinha desaparecido totalmente.

Depois disso, Ambrose realizou quimioterapia e uma cirurgia, já que o cânce nos pulmões não tinha desaparecido. Agora com 77 anos, não existe qualquer evidência da doença no seu corpo. O britânico diz ainda que os efeitos colaterais resultantes do novo tratamento foram praticamente nulos.

Fonte: Visão Saúde
Foto: Pixabay

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *