Vacinação contra a Covid no Brasil: o que você precisa saber

Na segunda-feira 18, Amazonas, Goiás, Santa Catarina, Piauí, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso  e Ceará começaram a vacinação contra a Covid-19, juntando-se a São Paulo, que deu início à aplicação no domingo, 17, logo após a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

Já nesta terça-feira, 19, foi a vez da Paraíba, Sergipe, Bahia, Alagoas, Pará, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Norte, Amapá, Acre e o Distrito Federal iniciarem a imunização contra a doença.

Dessa forma, todos estados brasileiros e o DF já começaram a imunizar sua população com a CoronaVac, vacina distribuída pelo Instituto Butantan e produzida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Quantas doses estarão disponíveis para a população?

Neste começo da vacinação, os brasileiros serão imunizados com 6 milhões de doses da coronavac, a vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e que no Brasil está sendo produzida pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo.

Havia a expectativa que também fossem usadas mais 2 milhões de doses da vacina da Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZenaca. Mas a importação da vacina pela Fiocruz, instituto ligado ao governo federal, não se concretizou e deve atrasar. A Fiocruz vai produzir no Brasil a vacina de Oxford, mas isso ainda não começou.

Quais grupos vão receber a vacina primeiro?

Segundo o plano de imunização divulgado pelo Ministério da Saúde, estão incluídos na primeira fase os trabalhadores da área da saúde, pessoas acima de 75 anos, pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas (em asilos ou casas de repouso) e indígenas. Não foi divulgado ainda quais desses grupos serão priorizados para receber as primeiras doses disponíveis, que são poucas neste primeiro momento.

A fase 2 contempla pessoas acima de 60 anos. Na fase 3, estão incluídos indivíduos com comorbidades como diabetes, hipertensão, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, anemia falciforme, câncer, obesidade grave e que tenham recebido transplante de órgão sólido. A fase 4 inclui professores, forças de Segurança e Salvamento e funcionários do sistema prisional. Povos e comunidades tradicionais ribeirinhas e quilombolas, pessoas com deficiência permanente severa e a população privada de liberdade também estão incluídas no plano como grupos prioritários, mas o Ministério da Saúde não especificou em qual fase.

Quando eu serei vacinado? 

O plano nacional de vacinação prevê duas etapas de vacinação. A primeira inclui o grupo prioritário e deve durar quatro meses – até maio, portanto. A outra etapa inclui a população adulta com menos de 60 anos e deve durar mais um ano. Ou seja, até maio de 2022.

Terei de pagar pela vacina?

Não, o governo vai adquirir os imunizantes e ofertá-los gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Todos os brasileiros serão vacinados? 

O governo estima que 70% dos brasileiros serão vacinados em 2021. O Ministério da Saúde diz que terá à disposição 354 milhões de doses em 2021. Como as vacinas que o Brasil tem até agora exigem duas doses para garantir a imunidade, isso será suficiente para vacinar 177 milhões dos cerca de 210 milhões de brasileiros. Isso daria pouco mais de 84% da população, diferentemente dos 70%.
Em princípio, apenas maiores de 18 anos serão vacinados. O plano nacional de imunização não prevê a vacinação de bebês, crianças e adolescentes. Isso ocorre porque essas faixas etárias não passaram pelos testes para garantir a segurança e eficácia dos imunizantes. Mas eles poderão vir a ser incluídos na campanha nacional de imunização posteriormente, à medida que novos estudos forem feitos para esses grupos. O Butantan, por exemplo, pretende incluir menores de 18 anos nos estudos da coronavac.

Posso escolher qual vacina tomar?

Não. A vacina que será aplicada em cada pessoa será a que estiver disponível no momento da vacinação. Os critérios de uso da coronavac ou da vacina de Oxford serão definidos pelas autoridades de saúde. Grupos de mais risco, por exemplo, poderão ter acesso à vacina de Oxford, que garante uma imunidade maior. Mas, neste começo da vacinação, todos receberão doses da coronavac, que é a única disponível no Brasil por enquanto.

O governo federal negocia a compra de vacinas de outros laboratórios?

Sim, o Ministério da Saúde segue realizando negociações com outros laboratórios, tais como Janssen (EUA), Moderna (EUA), Pfizer (Alemanha), Bharat Biotech (Índia) e Gamaleya (Rússia).

Qual é a eficácia das vacinas que serão usadas no Brasil? 

A coronavac tem 50,38% de eficácia geral. Ou seja, quem toma a vacina do Butantan tem 50% menos chance de contrair o coronavírus. Segundo os estudos, contudo, a coronavac tem 100% de eficácia para casos graves e moderados e 78% de eficácia contra casos leves. Já a vacina de Oxford apresentou eficácia média de 70,4%. Isso significa que a pessoa que toma vacina de Oxford tem 70% de chance de não contrair o coronavírus.

Haverá vacinas na rede particular para que eu possa me vacinar antes de chegar a minha vez na campanha de vacinação pública?

Isso ainda é incerto. A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas ( ABCVAC) tenta negociar a compra de 5 milhões de doses da vacina Covaxin, desenvolvida na Índia pelo laboratório Bharat Biotech. A ideia seria ofertar a vacinação na rede privada (vacina paga) a partir de março.

O presidente da ABCVAC, Geraldo Barbosa, afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo que o processo para a compra das doses da Covaxin está “muito bem encaminhado”. Segundo ele, a compra será finalizada assim que sair o registro definitivo da vacina no Brasil.

Porém, o governo federal tem colocado obstáculos para que haja vacinação na rede privada. Recentemente, representantes do governo federal disseram que vão proibir que empresas comprem vacinas para seus funcionários. Em dezembro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a rede privada terá acesso à vacina apenas depois que o SUS receba as doses de que precisa.

Serei obrigado a me vacinar? 

Não, a vacinação não é obrigatória. Porém, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os estados e municípios poderão impor sanções às pessoas que não se vacinarem, tais como restringir o acesso a determinados locais ou a certos benefícios do governo.

Cada Estado ou Município vai informar como será feito o cadastro e demais medidas para a vacinação.

Fonte: CNN Brasil

 

 

 

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